O impacto causado pelas grandes organizações é colocado em causa há décadas. Para que todos possamos ter um futuro sustentável, as empresas terão de fazer a sua parte para reduzir os problemas que provocam a curto e longo prazo e desenvolver estratégias e políticas que ajudem a reverter as alterações climáticas e promovam a diversidade, a inclusão, a ética e a transparência.

Neste artigo vamos abordar:

O que é o ESG e quando surgiu?
Quais os indicadores ESG?
Benefícios do ESG nas organizações
O ESG é obrigatório para todas as empresas?
Quais são as Normas Europeias para Reporte de Sustentabilidade?
Preparação para o futuro e a importância de metodologias ágeis

1.O que é o ESG e quando surgiu?

É uma sigla para as palavras Environmental, Social, and Governance e representa um conjunto de práticas que avaliam o desempenho das empresas de acordo com indicadores ambientais, sociais e de governança.

As primeiras conversas sobre a necessidade de avaliar as empresas para além do seu desempenho financeiro surgiram na década de 2000.

Investidores e organizações perceberam que também era importante olhar para o impacto que a sua ação tem no ambiente e na sociedade e como respeitam as regulamentações e a ética empresarial em questões de governança.

O termo ESG ficou cunhado no Relatório Who Cares Wins, publicado em 2004 pela ONU. Na altura, o então secretário-geral da ONU, Kofi Anan, desafiou as grandes instituições financeiras a integrar estas questões no mercado de capitais.

2.Quais os indicadores ESG?

Indicadores ou fatores ESG são os critérios utilizados para avaliar a ação das empresas. Quando as empresas têm de fazer o reporte ESG, podem indicar alguns destes indicadores:

Ambiental (Environment)

É avaliado o impacto ambiental das operações da empresa:

Indicadores relativos ao consumo da água e medidas para reduzir o seu consumo;
Indicadores relativos às emissões tóxicas e medidas para reduzir as emissões;
Indicadores relativos à produção de resíduos e medidas para reduzir essa produção;
Indicadores ao consumo energético e medidas para melhorar a eficiência energética;
Indicadores relativos à utilização e gestão dos recursos naturais.

Social

É avaliada a relação da empresa com os seus colaboradores, stakeholders e comunidade:

Indicadores relativos às horas de formação dos colaboradores;
Indicadores sobre diversidade e inclusão e medidas para eliminar a discriminação e aumentar a diversidade, tendo em conta políticas de direitos humanos;
Indicadores de atração e retenção de talento e satisfação dos colaboradores;
Indicadores de condições, prevenção e segurança no local de trabalho;
Indicadores de responsabilidade para com os clientes;
Indicadores de responsabilidade social.

Governança (Governance)

É avaliada a forma como a organização é gerida:

Indicadores relativos à estrutura organizacional e ao conselho de administração;
Indicadores relacionados com os códigos de conduta e ética empresarial praticados;
Indicadores sobre políticas anticorrupção, financiamento e contribuições;
Indicadores sobre compensações, tanto dos líderes, como dos colaboradores;
Indicadores relativos à satisfação dos clientes;
Qualidade do report e da divulgação de todos os indicadores.

3.Benefícios do ESG nas organizações

Apesar de representar um investimento de recursos e implementação de práticas na cultura de uma empresa, o ESG traz largos benefícios quando se torna numa estratégia a seguir nas práticas da empresa.

No mercado atual, torna-se até fora da norma pensar e desenvolver uma estratégia empresarial que não tenha em conta alguns dos indicadores que mencionamos antes.

Ao desenvolver o ESG na sua empresa, conseguirá:

Mais confiança de clientes, investidores, colaboradores e fornecedores;
Aumento da reputação junto da comunidade;
Aumento da vantagem competitiva para com os concorrentes;
Maior atração de investimento;
Redução de custos e maior eficiência nas operações da empresa;
Atração e retenção de talento graças à promoção de bem-estar organizacional;
Cumprimento da regulamentação, evitando penalizações e riscos legais.

4.O ESG é obrigatório para todas as empresas?

Atualmente, e em Portugal, apenas as empresas cotadas em bolsa são obrigadas a desenvolver um Relatório de Sustentabilidade para reportar os seus indicadores ESG de acordo com as normas europeias.

A decisão foi tomada após o Acordo de Paris e a decisão de que todos os países da União Europeia uniriam esforços para atingir a neutralidade carbónica até 2050. Este terá sido o grande “boost” para a criação de regulamentações em cada país da UE.

Prevê-se que exista uma progressão em termos de tamanho das organizações: em 2025, as grandes empresas também terão de apresentar os seus indicadores ESG.

Significa isto que as pequenas e médias empresas ficarão de lado na obrigatoriedade de se tornarem mais sustentáveis?

Provavelmente, para conseguirem investimento ou trabalharem as suas relações comerciais com as grandes empresas, terão de apresentar também esses indicadores, sob risco de serem excluídas do mercado.

5.Quais são as Normas Europeias para Reporte de Sustentabilidade?

A Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) é a principal norma para o Reporte de Sustentabilidade na Europa.

Esta diretiva, que entrou em vigor em 2022, exige que as grandes empresas publiquem relatórios que sigam as European Sustainability Reporting Standards (ESRS), para que possam reportar corretamente as suas operações ESG - environmental (ambiente), social e de governance (governança).

6.Preparação para o futuro e a importância de metodologias ágeis

Com o aumento da pressão para adotar práticas ESG (Environmental, Social, Governance) em Portugal, as empresas enfrentam desafios que vão além do cumprimento das regulamentações europeias de sustentabilidade, como as European Sustainability Reporting Standards (ESRS). A capacidade de adaptação rápida e a implementação eficaz de mudanças tornam-se fundamentais para manter a competitividade e atender às exigências do mercado.

Neste cenário, as metodologias Agile emergem como uma solução eficiente para empresas que procuram integrar os seus indicadores ESG de forma escalável, melhorando a eficiência operacional e assegurando o cumprimento das metas de sustentabilidade, de forma flexível e colaborativa.

Ao adotar uma abordagem ágil, as organizações conseguem não só implementar práticas ESG de forma mais dinâmica, mas também fomentar uma cultura organizacional que promove a inovação contínua e o desenvolvimento sustentável. Para empresas que pretendem preparar as suas equipas para os desafios futuros do ESG, a formação em metodologias Agile pode ser um passo estratégico. Isto permite que a implementação de políticas ESG seja mais eficaz, proporcionando crescimento a longo prazo e um alinhamento mais forte com as exigências de investidores e consumidores, cada vez mais focados na sustentabilidade.

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